segunda-feira, 11 de julho de 2011

When Nothing Else Matters

São Paulo, 06 de Agosto de 2011.


19h35


Sou gay, tenho 29 anos, estou com a garganta começando a ficar inflamada, hoje é sábado 06 de Agosto, 19h12 é quando começo a escrever essas palavras, estou com uma Stella Artois na mão, deixei de lado meu vinho, deixei de meu lado blasé descansando...


Acabo de me despedir de dois amigos que vão se encontrar com seus respectivos namorados, eu volto pra casa, sozinho...


Chego, ligo o note, abro msn, facebook e sites de relacionamentos gay, não vou dizer quais, mas a maioria dos gays que conheço tem ou já teve perfil em um dos dois ou em ambos, ou seja, nada de anormal...


Só minha vida que é anormal ou muito normal, só eu que continuo insistindo em procurar e/ou esperar alguém que me amará e que não me deixará "sentar na poltrona no dia de Domingo"...


Me sinto estranho as vezes, pois tenho a impressão que nada mais importa para mim ou me importo muito com o que não é importante...


Já me chamaram pra sair hoje, mas sair por sair? Pra beber mais um pouco? Pra talvez encontrar alguém na balada e trocar uns beijos e nada mais...


Ok, posso estar sendo chato (não consegui fugir do gerúndio), mas eu sempre espero algo mais do que um simples beijo na balada, sou exigente?


Quantas vezes já ouvi, "você é pra casar"... e quantas vezes já respondi automaticamente em meus pensamentos "não com você"...


Por que sempre que encontro alguém legal, nunca é a pessoa?


Sempre prefiro tentar o mais díficil, o mais complicado, o mais fechado, o mais ausente, o mais desafiador...


Gosto de desafios?


Não, por mim eu acertaria na primeira...mas nunca é na primeira, pelo menos comigo... quer dizer, nunca foi nem na primeira, na segunda ou terceira, estou sozinho ainda...


Não consigo mudar esse roteiro, ou ainda não descobri a forma como mudá-lo, eu não procuro a perfeição, nem algo próximo a ela, até porque sou humano e procuro um igual e os humanos são imperfeitos...


Adoro meus amigos e a companhia deles e não os culpo por estar sozinho, ou por sentir um vazio quando viro as costas e os deixo ao encontro dos seus amores, quando sinto que para mim nada mais importa...


Não estou baixo astral, estou nem aí...talvez porque a Stella acabou e não to afim de continuar a escrever...


Greco.

Um comentário:

Jessica disse...

Nossa, que profundo Greco...
Como sempre, você foi muito sincero e autêntico e fez observações brilhates, e que me fizeram pensar um pouco...
Estou praticamente na mesma situação, e sou bem desencanada com isso, mas as vezes bate essa mesma sensação de que "nada mais importa"...Me identifiquei muuuuito!
Não por cobrança da sociedade e etc., mas por que quandoa solidão bate não tem jeito mesmo.
Contudo, precisamos nos auto-motivar nessa horas e nunca, jamais, nos deixar levar pelo pessimismo, solidão ou qualquer complexo por estar solteiro.
E te digo uma coisa: tenha orgulho de você mesmo que tenta, há muito que nem isso fazem ou se deixam desanimar e logo desistem na primeira tentativa de "encontrar alguém".
Acredito fortemente que tudo na vida tem sua hora de acontecer, q que minha hora vai chegar, tudo a seu tempo...Acredite nisso também!!
Logo, logo vai estar tão feliz que nem vai mais lembrar dos seus momentos "when nothing else matters"...
Beijão!